JANELA
Entre o quarto e o sexto morara,
Duma janela fronteira
Desta vez me conquistou.
Com atenção fixada nela,
Não saía da janela
Sem lhe dizer "aqui vou".
Falei-lhe uma vez, sorria,
Outra vez já respondia
Mas qualquer coisa a retém.
Um dia, tarde, vou vê-la,
E fui encontrar com ela
Um outro dela refém.
Enquanto nos meus êxtases
Contigo eu só sonhava
Teu seio se agitava
Pensando noutro amor;
Então... em minha cólera
Perdida toda a esperança
Jurei cruel vingança
Cumpri-a com rigor.
José Pinto Júnior
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