quinta-feira, maio 03, 2007

MUDAM-SE OS TEMPOS...

... MUDAM-SE AS "CONVENIÊNCIAS"

Manuel Monteiro afirmou ontem na SIC Notícias que estava inclinado a apoiar a recandidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa.
Relembro o que o próprio, e alguns dos seus fieis seguidores (dirigentes e conselheiros do partido da nova democracia) escreviam sobre Santana Lopes e a sua equipa governamental há bem pouco tempo:

MANUEL MONTEIRO

Existe um governo liderado por Durão Barroso com uma chefia partilhada entre Pedro Santana Lopes e Paulo Portas.
É uma situação que a seu tempo se resolverá.
Estou convencido de que Pedro Santana Lopes e Paulo Portas já falaram muito sobre o assunto e já decidiram há muito qual o destino a dar a Durão Barroso quando ele deixar de ser útil.


UM DOS SEUS FIEIS

Em breve teremos o continente igualzinho à Madeira! Se o entusiasmo de Alberto João Jardim já era muito mau sinal, alguns dos nomes de que se fala para ministros são verdadeiramente incríveis, só próprios de uma república das bananas, onde vale tudo, mas mesmo tudo! [referência ao governo de Santana Lopes]

E para além de pagar as dívidas, ainda vai ter de cumprir as muitas (todas?) promessas que Santana Lopes deixou por cumprir! [sobre a pesada herança deixada a Carmona Rodrigues]

Este Governo é excepcional, para aquilo a que se propõe fazer nestes dois anos: Muito show, muito circo, mesmo que não realize nada de palpável. [governo liderado por Santana Lopes]

Mais um apoio de peso: o célebre José Maria Martins (advogado do "Bibi").
Isaltino de Morais apoia Santana Lopes.
E ainda faltam o Valentim Loureiro, o Cruz Silva , o José Luís Judas e o Ferreira Torres...
São doutro partido os dois últimos? NÃO SÃO NÃO...

Ficou nítido, neste processo de "sucessão" de Durão Barroso, que há oposição a Santana Lopes no PSD. Apesar da falta de coragem de muitos, que criticaram em privado e não foram capazes de dar a cara publicamente, muitos outros o fizeram. Alguns, já esperava; outros subiram bastante na minha consideração!


OUTRO DOS SEUS FIEIS

Os portugueses passariam a ser governados por uma coligação em que não votaram e por um Primeiro-Ministro [Santana Lopes] que não escolheram.Seria uma autêntica democracia fantasma!

Desde o início do seu mandato que este Governo mostra ter uma vocação especial para as artes e para o espectáculo. Leva mesmo os nomes das pastas à letra.
A discussão do Programa do Governo no Parlamento esta semana, permitiu tirar algumas conclusões políticas curiosas. E a principal tem a ver com o Primeiro-Ministro.
Pedro Santana Lopes mostrou duas caras. Quando teve de ser Primeiro-Ministro, quando teve de discutir dossiers técnicos, quando se lhe pedia conhecimento dos impostos, o Primeiro-Ministro mostrou que não está preparado para a função.
Teve de ser socorrido por cábulas de ministros, deixou várias perguntas sem resposta, fez intervenções mortiças. Numa palavra esteve irreconhecível.

Agora, nesta pele que lhe é estranha, nota-se a falta de preparação e de conhecimentos. Em tudo o que exige preparação e pensamento, temos o vazio. Governar é muito mais que um debate dominical com Sócrates ou semanal com Pôncio Monteiro.
A mega operação política desencadeada pela troika da maioria está consumada. José Manuel Barroso é Presidente da Comissão Europeia. Santana Lopes é Primeiro-Ministro escolhido na secretaria. Paulo Portas teve o prémio de mais lugares para distribuir.

Para a eternidade e como imagens de marca deste Governo precipitado, atabalhoado e deslocado fica a insegurança e a falta de convicção do Primeiro-Ministro a ler o discurso e a cara do Ministro que não sabia que era ministro para os Assuntos do Mar.


... o meu telemóvel ficou com a caixa de mensagens cheia. Caiu o Governo [Santana Lopes]. Os países também têm momentos de alívio assim.