VÍTIMA DAS CAPELINHAS
Nuno Melo tem-se revelado ao longo dos anos, pelo menos na minha opinião, um político talentoso, com crescente imagem positiva junto da opinião pública.
Parece-me um indivíduo bem preparado, estuda bem os dossiers, elabora muito bem os seus discursos e projecta uma imagem de excelente parlamentar, com inegável argúcia.
Por tudo isto, creio que com este episódio da guerra entre capelinhas - nada a que o CDS não esteja habituado - caiu numa "esparrela".
Tendo optado por um pouco avisado e muito declarado confronto com o líder do partido, Ribeiro e Castro, e ao assumir as "dores" de Telmo Correia e Paulo Portas, fez o trabalho sujo a que estes se pouparam, já que ficaram numa confortável retaguarda.
Pese embora o louvável empenhamento de Melo em levar a cabo essa tarefa, atendendo a uma liderança castrista demasiado amorfa, cinzentona e acomodada, a verdade é que, enquanto líder da bancada parlamentar, deveria ter adoptado uma postura mais institucional e apaziguadora. É que ainda por cima, aos olhos da opinião pública, Nuno Melo acaba por saír disto tudo como um "puto reguila" - apesar dos seus quase 41 anos -, demasiado impulsivo e pouco confiável.
Sendo um excelente putativo candidato a líder do próprio CDS, convenhamos que Nuno Melo sai mesmo muito mal de toda esta "estória", enredado nas teias que Castro, Portas e Telmo lhe prepararam.
É pena. Pode ter irremediavelmente hipotecado um futuro brilhante na vida política portuguesa.
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