segunda-feira, outubro 10, 2005

DILEMA









O Centro Democrático e Social - Partido Popular, uma das referências da vida política no período pós-25 de Abril, debate-se com um terrível dilema que ontem se voltou a constatar:
Sempre que o partido se procura reposicionar no seu espectro de origem - centrista e moderado - ou seja, fundando os seus princípios ideológicos numa democracia-cristã genuína, tende a perder eleitorado o qual provavelmente cede à tentação de transferir o seu voto para o PSD.
Exigindo muito trabalho por parte dos seus dirigentes, quero no entanto acreditar que esta não é uma batalha perdida e que o partido pode reconquistar um espaço eleitoral significativo na vida política cá do burgo, sem caír novamente na tentação de se posicionar num espaço de Direita radical, populista, demagógica e anti-sistema, traduzido no Partido Popular.
O CDS não pode voltar a direccionar o seu discurso apenas para os descontentes com o sistema, para os velhinhos, para os ultra-nacionalistas patrioteiros, para os lavradores e para os pescadores. Deixe esse discurso para as hostes bloquistas e para os micropartidos radicais.
Na minha opinião, o partido pode e deve ter uma amplitude bem maior, não saíndo do arco da governabilidade, sob pena de voltar a ser o pequeno partido do "táxi", também sem expressão eleitoral autárquica, como está inegavelmente a acontecer.
Persistência e coerência são fundamentais!